Bráulio Bessa declamando um de seus cordéis no Programa
Encontro com Fátima Bernardes da Rede Globo.
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Certamente não estamos diante de um novo Camões. Estamos, sim, diante de um fenômeno chamado mídia, com seu poder de criar imagens, de influenciar a opinião pública e de transformar tudo em ouro num passe de mágica. Muitos pseudos artistas e anônimos, quase sempre sem talento algum para o que se propunha fazer, já alcançaram reconhecimento e galgaram fama através da mídia.
Por acidente, esta mesma mídia nos presenteou com Bráulio Bessa e sua poesia. Os mesmos canais de comunicação que lançam músicas que não são músicas, cantores que não são cantores, levou ao grande público um poeta do povo e o poema de cordel que é a mais autêntica expressão da identidade do nordeste brasileiro. Graças a este feliz mal entendido, os jovens e as crianças estão tendo a oportunidade de conhecer e apreciar a beleza desta arte, tão marginalizada. Pela primeira vez na época da televisão e da internet, a poesia consegue um espaço na mídia em meio a tantas coisas sem nenhum valor estético.
Precisamos de mais poetas na TV para mostrar às novas gerações o que é arte. Para elevar a poesia ao patamar que ela merece e revelar artistas, que não necessitam de visibilidade e apelos para nos convencer de seu talento. Nem a poesia nem o poeta necessita da mídia para se afirmar. A poesia é arte e o poeta é um artista. Ambos necessitam dela para alcançar as pessoas. Muitos poetas hoje consagrados não tiveram nenhum reconhecimento em vida. Foram artistas anônimos. Não contaram com a ajuda de um meio de comunicação de massa para se tornarem artistas. Isto prova que o poder da mídia reside na sua capacidade de vender perfis, seja de gênios ou de pessoas que não têm dotes artísticos.
Por acidente, esta mesma mídia nos presenteou com Bráulio Bessa e sua poesia. Os mesmos canais de comunicação que lançam músicas que não são músicas, cantores que não são cantores, levou ao grande público um poeta do povo e o poema de cordel que é a mais autêntica expressão da identidade do nordeste brasileiro. Graças a este feliz mal entendido, os jovens e as crianças estão tendo a oportunidade de conhecer e apreciar a beleza desta arte, tão marginalizada. Pela primeira vez na época da televisão e da internet, a poesia consegue um espaço na mídia em meio a tantas coisas sem nenhum valor estético.
Precisamos de mais poetas na TV para mostrar às novas gerações o que é arte. Para elevar a poesia ao patamar que ela merece e revelar artistas, que não necessitam de visibilidade e apelos para nos convencer de seu talento. Nem a poesia nem o poeta necessita da mídia para se afirmar. A poesia é arte e o poeta é um artista. Ambos necessitam dela para alcançar as pessoas. Muitos poetas hoje consagrados não tiveram nenhum reconhecimento em vida. Foram artistas anônimos. Não contaram com a ajuda de um meio de comunicação de massa para se tornarem artistas. Isto prova que o poder da mídia reside na sua capacidade de vender perfis, seja de gênios ou de pessoas que não têm dotes artísticos.
Os famosos da atualidade não são poetas, não são grandes músicos nem grandes cantores, são projetos midiáticos. O que lhes sustenta não é o seu talento e a sua criatividade, e sim os holofotes de uma mídia que transforma qualquer um em estrela. O que mais impressiona em tudo isto não é a forma como são criados os personagens que carregam o rótulo de grandes de artistas, mas a influências que estes exercem sobre adultos e crianças. Os tipos fabricados pela TV e pela internet são adotados pela sociedade, tornando-se referenciais importantes para milhares de pessoas.
Obviamente não é só o poeta que faz arte. O cantor, o compositor, o ator, a dançarina são artistas. Não é só o poema de cordel de Bráulio Bessa que é belo e que pode emocionar. As letras de um estilo musical oriundo da periferia podem ser belas. E há sem dúvida artistas de verdade em todos os becos e favelas, poetas que fazem uma poesia diferente da poesia de Bráulio Bessa. A crítica não é direcionada ao anônimo que se expressa de forma espontânea. Questionamos o fato de a mídia não apoiar o artista de verdade, entre os quais o poeta.
O que se questiona é a intencionalidade com que, a internet e, principalmente, a TV leva ao público determinadas coisas. Temos visto todos os dias serem lançadas músicas que não são músicas, cantores que não são cantores e certas pessoas serem elevadas ao estrelato pelos motivos mais incompreensíveis. Em nosso meio é comum uma ex namorada de um jogador famoso, um participante de um reality show e uma mulher que colocou silicone nos seios e no bumbum serem apresentados como artistas . Por que não cedem este espaço ao cantor anônimo, ao músico talentoso ainda não revelado, ao ator que almeja ser reconhecido e aos poetas que se acumulam em todos os recantos deste país?
Um entretenimento vazio, descompromissado com a boa educação e com a arte é o que a mídia veicula nos nossos dias. Adultos, jovens e crianças, estão consumindo produtos falsos, vendidos pelos meios de comunicação de massa. O resultado já se pode perceber, basta perguntar a qualquer adolescente qual música ele costuma ouvir, de que artista ele mais gosta, qual livro está lendo e qual filme mais gostou de assistir. As respostas confirmarão que o seu ponto de vista e seu gosto foram moldados enquanto assistiam à TV e navegavam na internet.
A beleza dos versos do poeta Bráulio Bessa neste Brasil tão poluído com músicas de péssima qualidade, com letras chulas e cantores sem noção, é um bálsamo para todos nós. Seu reconhecimento nos faz sonhar com um futuro em que o "besteirol" seja substituído pela poesia, em que os falsos artistas sejam substituídos pelos poetas. Se isto acontecer seremos mais felizes e nossos ouvidos agradecerão.
Por Adão Brandão
Obviamente não é só o poeta que faz arte. O cantor, o compositor, o ator, a dançarina são artistas. Não é só o poema de cordel de Bráulio Bessa que é belo e que pode emocionar. As letras de um estilo musical oriundo da periferia podem ser belas. E há sem dúvida artistas de verdade em todos os becos e favelas, poetas que fazem uma poesia diferente da poesia de Bráulio Bessa. A crítica não é direcionada ao anônimo que se expressa de forma espontânea. Questionamos o fato de a mídia não apoiar o artista de verdade, entre os quais o poeta.
O que se questiona é a intencionalidade com que, a internet e, principalmente, a TV leva ao público determinadas coisas. Temos visto todos os dias serem lançadas músicas que não são músicas, cantores que não são cantores e certas pessoas serem elevadas ao estrelato pelos motivos mais incompreensíveis. Em nosso meio é comum uma ex namorada de um jogador famoso, um participante de um reality show e uma mulher que colocou silicone nos seios e no bumbum serem apresentados como artistas . Por que não cedem este espaço ao cantor anônimo, ao músico talentoso ainda não revelado, ao ator que almeja ser reconhecido e aos poetas que se acumulam em todos os recantos deste país?
Um entretenimento vazio, descompromissado com a boa educação e com a arte é o que a mídia veicula nos nossos dias. Adultos, jovens e crianças, estão consumindo produtos falsos, vendidos pelos meios de comunicação de massa. O resultado já se pode perceber, basta perguntar a qualquer adolescente qual música ele costuma ouvir, de que artista ele mais gosta, qual livro está lendo e qual filme mais gostou de assistir. As respostas confirmarão que o seu ponto de vista e seu gosto foram moldados enquanto assistiam à TV e navegavam na internet.
A beleza dos versos do poeta Bráulio Bessa neste Brasil tão poluído com músicas de péssima qualidade, com letras chulas e cantores sem noção, é um bálsamo para todos nós. Seu reconhecimento nos faz sonhar com um futuro em que o "besteirol" seja substituído pela poesia, em que os falsos artistas sejam substituídos pelos poetas. Se isto acontecer seremos mais felizes e nossos ouvidos agradecerão.
Por Adão Brandão
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