quarta-feira, 18 de abril de 2018

UMA REFLEXÃO SOBRE OS CLÁSSICOS DA LITERATURA INFANTIL


Quando pensamos em livros infantis ou histórias para criança nos vem logo à mente personagens que parecem morar em nós: Chapelzinho vermelho, Branca de neve e os sete anões, Rapunzel, A bela adormecida, O gato de botas, O pequeno príncipe, Pinóquio, Peter Pan...

Se acaso pedirmos para uma criança ou mesmo para um adulto listar os personagens de histórias infantis de que tenham lembrança, nenhum personagem da literatura infantil brasileira viria antes destes citados.

A popularidade dos mesmos, em muitos momentos,  nos impede de perceber a existência de outros igualmente cativantes. Os personagens dos livros infantis escritos por autores brasileiros sem dúvida são interessantes, mas não são os preferidos das nossas crianças, quando comparados com aqueles tradicionalmente apresentados como modelo.

Enquanto a literatura infantil brasileira a duras penas se libertou das influências de uma literatura burguesa europeia, os responsáveis por levá-la ao público infantil não têm tido êxito. Os principais responsáveis são a escola e os pais, que apresentam as histórias infantis clássicas como se estas fossem únicas e obrigatórias. Assim, reproduzem  uma velha tradição brasileira que é o hábito de consumir produtos culturais externos.

Dessa forma, tanto a família quanto a instituição escolar acabam por reforçar estereótipos e ensinar valores que não são úteis às nossas crianças. Enquanto leem e se divertem com um personagem de um livro, os pequenos também aprendem comportamentos, atitudes e valores que levam para a sua vida adulta.

As histórias narradas nos livros infantis que a maioria das crianças tem acesso falam de cavaleiros, príncipes, princesas, rainhas e reis. Quando retrata um camponês, ou outra figura semelhante, o coloca  sempre na condição de servo, subordinado, sem possibilidades de ascender socialmente. Por sua vez, a pessoa portadora de deficiência física, não é colocada sequer como membro da sociedade. O vilão é caracterizado sempre com uma má aparência, com a intenção de reforçar sua personalidade negativa: os anões da história da Branca de neve moravam na floresta, distantes de todos. O capitão gancho, sem uma das mãos só poderia ser um vilão.

Precisamos aprender a identificar o que estar por trás das histórias que passaram de geração para geração e chegaram até nós. Precisamos pensar se os valores contidos nas mesmas são os mesmos que queremos repassar.

Temos que aprender a valorizar a literatura infantil brasileira como patrimônio nosso. Devemos incentivar a leitura de livros infantis de autores brasileiros e levar ao conhecimento das crianças os personagens de suas histórias, que não são menos interessantes que os personagens das histórias infantis clássicas.

Abaixo apresentamos uma coletânea dos principais livros infantis escritos por autores brasileiros:


O menino maluquinho é uma série de quadrinhos eternizados na infância de muitas crianças. O Menino Maluquinho saiu das páginas dos livros para a TV, virou série, novela, peças teatrais, filmes, óperas e tema de diversos produtos infantis.






Uma emocionante história de Zezé, um garotinho de 5 anos de uma família grande e carente. Zezé toma conta do seu irmão mais novo, enquanto seus pais enfrentam dificuldades para sustentar os filhos. Este livro também virou telenovela e foi sucesso nas telas de cinema.





Os personagens dos três contos deste livro são crianças que resolvem seus impasses com muita vivacidade: Marcelo cria palavras novas; Teresinha e Gabriela superam as diferenças e Caloca compreende a importância da amizade. Ruth Rocha torna encantada qualquer situação por mais comum que pareça…





Apesar de semelhantes, cada pingo tem sua cor… Este livro, escrito por Mary França, revela a criação dos 7 personagens: Pingo-de-Flor, Pingo-de-Fogo, Pingo-de-Ouro, Pingo-de-Sol, Pingo-de-Mar, Pingo-de-Céu e Pingo-de-Lua. Ao longo da história, os pequenos leitores desvendam as relações entre as cores dos pingos e a personalidade de cada um. A leitura também é um momento de descoberta para as crianças que se identificaram com as características de cada pingo.






Chapeuzinho Amarelo conta a história de uma menina com medo do medo — uma menina amarela de medo — que transforma a fantasia dos contos em sua própria realidade, chegando ao ponto de não brincar, não se divertir, não comer, nem mesmo dormir. Enfrentando o desconhecido “O Lobo”, ela supera medos, inseguranças e descobre a alegria de viver. Com sensibilidade, Chico Buarque constrói um texto no qual aparece com transparência o valor mágico que o autor atribui à palavra e não só trata com maestria nossos medos, como também, ensina as crianças a superar suas fobias.






Esse livro, da conhecida autora regionalista, já foi premiado pela Unesco como um dos dez melhores livros brasileiros no Gênero. Rachel nos conta a história de Daniel, um menino que tinha poderes mágicos e era capaz de viajar e viver as mais diversas aventuras durante os seus sonhos, até que um dia, com João, seu primo e  melhor amigo, eles resolvem ir a um programa de TV e ganhar um prêmio… só não imaginavam a confusão que se criaria a partir disso…



ADÃO BRANDÃO

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